Você já se perguntou como algumas agulhas fininhas podem ajudar a aliviar dores, reduzir o estresse e até melhorar o sono? Parece estranho à primeira vista, mas a acupuntura é uma técnica milenar que ganhou espaço até dentro de hospitais e clínicas modernas, e não é à toa.
Apesar de ser conhecida há milhares de anos, muita gente ainda tem dúvidas sobre como funciona a acupuntura de verdade. Será que tem explicação científica? O que acontece no nosso corpo quando as agulhas são aplicadas? Por que tanta gente diz que sai da sessão se sentindo mais leve, relaxada e com menos dor?
Neste artigo, vamos explicar de forma simples e clara como a acupuntura age em nossa mente e corpo, por que ela pode ajudar em tantas situações e o que a ciência diz sobre isso. Se você sempre teve curiosidade, mas nunca entendeu direito como essa técnica funciona, esse conteúdo é pra você.
O que é acupuntura e por que ela usa agulhas?
A acupuntura é uma técnica milenar da medicina tradicional chinesa, usada para tratar dores, equilibrar o corpo e promover bem-estar. Mas para entender por que ela funciona, é importante conhecer um conceito central: o Qi (lê-se “chi”).
O que é “Qi”?
Para a medicina chinesa, o Qi é uma espécie de energia vital que circula pelo nosso corpo, como se fosse um “combustível invisível” que mantém tudo funcionando — nossos órgãos, emoções, sono, digestão, tudo. Essa energia percorre caminhos específicos chamados meridianos, e quando ela está fluindo bem, a pessoa se sente saudável e equilibrada. Mas se o Qi está bloqueado ou em desequilíbrio, o corpo começa a dar sinais: dores, tensões, cansaço, ansiedade e outros sintomas aparecem.
É aí que entram as agulhas. Na acupuntura, o profissional insere agulhas em pontos estratégicos para desbloquear essa energia e ajudar o corpo a voltar ao seu estado natural de equilíbrio. Cada ponto tem uma função: alguns aliviam dores, outros ajudam a relaxar, dormir melhor, controlar a ansiedade ou fortalecer o sistema imunológico.
Embora esse conceito de Qi venha da tradição oriental, a ciência atual já consegue explicar vários efeitos da acupuntura no sistema nervoso, hormonal e muscular. E é sobre isso que falamos no próximo tópico.
O que acontece no corpo quando fazemos acupuntura?
Apesar da origem milenar da acupuntura estar ligada à ideia de equilíbrio da energia vital, a ciência moderna tem mostrado que há explicações biológicas bem claras para os efeitos da técnica. Quando uma agulha é aplicada em um ponto específico do corpo, várias reações acontecem ao mesmo tempo.
A primeira delas é a estimulação de terminações nervosas na pele e nos músculos. Isso envia sinais ao cérebro, que reage liberando substâncias importantes como:
- Endorfinas – conhecidas como os “hormônios do bem-estar”, ajudam a reduzir a dor e gerar sensação de prazer.
- Serotonina – relacionada ao humor e à sensação de relaxamento.
- Ocitocina – que ajuda no controle do estresse e gera uma sensação de calma.
- Cortisol – o hormônio do estresse, que costuma diminuir após uma sessão.
A acupuntura ativa o sistema nervoso parassimpático, que é responsável por colocar o corpo em modo de descanso. É o oposto do sistema que nos deixa alertas ou em estado de tensão. Por isso, muita gente sente uma onda de sono, alívio ou paz durante e depois da sessão.
Outro ponto interessante é que as agulhas também ajudam a melhorar a circulação sanguínea e reduzem pequenos processos inflamatórios. Isso explica por que a técnica também é útil em casos de dor crônica, lesões musculares e enxaquecas.
Ou seja, o que parecia “mágico” há séculos atrás hoje tem respaldo em estudos que mostram como funciona a acupuntura no cérebro e no corpo.
Como a acupuntura ajuda a relaxar e aliviar o estresse?
Uma das sensações mais comuns depois de uma sessão de acupuntura é o relaxamento profundo. Muitas pessoas até cochilam durante o atendimento e saem sentindo o corpo mais leve, a mente mais tranquila e o humor mais equilibrado. Mas por que isso acontece?
A explicação está no modo como a acupuntura atua diretamente no sistema nervoso. Como vimos, ao estimular pontos específicos do corpo, a técnica ativa o sistema nervoso parassimpático, que é como um “freio” natural do corpo, responsável por tirar a gente do modo alerta (de estresse) e colocar no modo recuperação (de calma e equilíbrio).
Outro fator importante é o contexto da sessão: o ambiente é calmo, silencioso, sem pressa. O paciente fica deitado, em uma posição confortável, e muitas vezes com luz suave e música tranquila. Tudo isso também contribui para que o corpo e a mente entendam que é hora de desacelerar.
Por isso, a acupuntura é cada vez mais recomendada não só para dores físicas, mas também para tratar estresse, ansiedade, insônia e até crises de pânico, problemas que muitas vezes têm origem emocional, mas causam impactos reais no corpo.
A acupuntura tem comprovação científica?
Sim. Apesar de ser uma prática antiga, a acupuntura é cada vez mais estudada pela ciência — e os resultados são positivos. Diversos estudos mostram que ela realmente tem efeitos fisiológicos mensuráveis, especialmente no controle da dor e no alívio de sintomas como ansiedade, estresse e insônia.
Um exemplo importante é uma revisão sistemática publicada na revista The Journal of Pain, que analisou dados de mais de 20 mil pacientes. O estudo concluiu que a acupuntura é mais eficaz do que placebo no tratamento de dores crônicas, como dor lombar, dor de cabeça e osteoartrite. Os efeitos benéficos se mantiveram mesmo um ano após o tratamento.
Outro dado interessante vem de um estudo norte-americano realizado com 191 pacientes pediátricos que receberam acupuntura em um programa de controle da dor. A média da dor relatada caiu de 8,3 para 3,3 na escala visual (VAS) após seis sessões — uma redução significativa de 5 pontos. Além disso, os pacientes relataram melhora no sono, maior frequência escolar e mais participação em atividades do dia a dia.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) também reconhece a acupuntura como eficaz no tratamento de mais de 50 condições de saúde, incluindo náuseas, enxaquecas, cólicas menstruais, dores musculares, insônia e distúrbios emocionais – Você pode conferir o documento completo aqui.
Ou seja, a acupuntura é uma técnica tradicional com base científica moderna — e seu uso é cada vez mais valorizado, inclusive por médicos da medicina convencional.
Quando devo fazer?
A acupuntura pode atuar tanto como tratamento principal quanto como complemento a outras terapias, como fisioterapia, psicoterapia ou medicação. Por atuar de forma integrativa — corpo e mente —, ela ajuda em diferentes situações.
Veja alguns dos quadros em que a acupuntura costuma ser eficaz:
- Dores musculares e articulares, como lombalgia, torcicolo, dores no ombro, joelho, quadril, cervical e tensão muscular generalizada.
- Dores de cabeça e enxaqueca, com melhora na frequência e intensidade das crises.
- Distúrbios emocionais, como ansiedade, estresse, pânico, irritabilidade e insônia.
- Problemas digestivos, como gastrite, refluxo, constipação intestinal e náuseas.
- Alterações hormonais, incluindo sintomas da TPM, menopausa, cólicas menstruais e infertilidade.
- Baixa imunidade, em pessoas que vivem doentes ou com alergias recorrentes.
- Distúrbios respiratórios, como rinite, sinusite, asma leve e tosse alérgica.
- Casos de fadiga crônica ou esgotamento físico e mental.
- Auxílio no pós-operatório, para acelerar a recuperação e aliviar dor e inchaço.
Além disso, é comum que pessoas que não querem usar medicamentos com frequência procurem a acupuntura como uma forma mais natural e segura de cuidar da saúde.
Mesmo quando a queixa é localizada, a acupuntura costuma olhar para o todo — o que explica por que muitas pessoas relatam melhora geral no bem-estar, mesmo tratando apenas uma dor específica.
Existe risco ou contraindicação?
De forma geral, a acupuntura é uma técnica muito segura. As agulhas são estéreis, descartáveis e extremamente finas, o que faz com que o procedimento quase não cause dor.
No entanto, como qualquer intervenção, existem algumas situações em que a acupuntura precisa de atenção especial:
Casos que exigem cuidado:
- Pessoas com distúrbios de coagulação sanguínea ou que fazem uso de anticoagulantes, pois há maior risco de pequenos hematomas.
- Grávidas, especialmente nos primeiros meses — existem pontos que não devem ser estimulados sem avaliação especializada.
- Pacientes com infecções ou feridas na pele, nos locais onde iriam as agulhas.
- Pessoas com fobia extrema de agulha, que podem ter crises de ansiedade durante a sessão.
Efeitos colaterais (geralmente leves e raros):
- Pequenos hematomas no local da aplicação
- Sonolência ou leve tontura após a sessão
- Sensação de cansaço nas horas seguintes (o que, muitas vezes, é um sinal do corpo entrando em modo de recuperação)
Vale lembrar que a acupuntura não substitui tratamentos médicos em casos graves, mas pode ser uma aliada importante. Sempre que houver dúvidas, o ideal é conversar com um profissional capacitado, que saiba integrar a acupuntura de forma segura ao seu histórico de saúde.
Acupuntura é ciência, cuidado e transformação do bem-estar
A acupuntura é muito mais do que uma técnica com agulhas: ela é uma forma de tratar o corpo e a mente com equilíbrio, suavidade e precisão. Mesmo sendo baseada em conhecimentos milenares, ela tem respaldo da ciência moderna — e oferece benefícios reais para quem sofre com dores, estresse, insônia ou busca mais qualidade de vida.
Na Clínica Vertz, unimos o conhecimento técnico à escuta cuidadosa para oferecer um atendimento humanizado e eficiente. Aqui, você conta com a profissional Daniela Abe Vaz, que possui ampla experiência clínica e formação sólida na área. Seu olhar atento e especializado garante um cuidado completo e seguro em cada atendimento.
Aqui, você entende como funciona a acupuntura no seu caso, sem fórmulas prontas: cada sessão é feita sob medida para o que seu corpo realmente precisa.
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