O que é Lombalgia ou Dor Lombar
A região lombar se refere a uma parte da coluna vertebral, que vai do final das costelas até a pelve. Com isso, a lombalgia, ou dor lombar, caracteriza-se por dores agudas e incômodos localizados nessa região. A lombalgia pode vir de forma leve ou severa, mas a maioria das pessoas podem presenciar crises frequentes, principalmente ao se locomover ou realizar atividades que exigem esforço físico intenso.
Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), a dor lombar é um problema extremamente comum em todo o mundo, e estima-se que os casos de lombalgia aumentem para cerca de 843 milhões até 2050. Além disso, a dor lombar é a principal causa de afastamento do trabalho, sendo mais comum entre pessoas de 30 a 50 anos, mas afetando todas as faixas.
A lombalgia impacta diretamente a qualidade de vida e a produtividade. Um fato interessante é que a lombalgia é consistentemente identificada como a principal causa de anos vividos com incapacidade (YLD, years lived with disability) – fonte: Health Data.
Essa enorme propensão à lombalgia pode estar relacionada à evolução da postura humana. O desenvolvimento da postura ereta colocou uma carga adicional na coluna vertebral, especialmente na região lombar, tornando-a mais vulnerável a tensões e lesões.
Tipos de Lombalgia
A lombalgia pode ser dividida em categorias que variam de acordo com a duração, intensidade e causas da dor. Existem diversas causas para o problema, porém, a mais comum está relacionada com traumas por movimentos repetitivos, postura, sedentarismo e idade. Dentro os tipos de lombalgia, estão:
1. Lombalgia Aguda
Dura até seis semanas. Geralmente está relacionada a lesões ou esforços repentinos, como levantar objetos pesados, ou realizar um movimento brusco que provoque uma torção nas costas.
2. Lombalgia Subaguda
Persiste entre seis semanas e três meses. A dor pode não ser tão intensa quanto na fase aguda, mas sua persistência começa a afetar as atividades diárias e a qualidade de vida. Requer atenção para evitar que evolua para uma condição crônica.
3. Lombalgia Crônica
Dura mais de três meses. É o tipo mais comum, e frequentemente exige uma abordagem multidisciplinar, incluindo exames detalhados, tratamentos específicos e, em alguns casos, mudanças no estilo de vida para o controle da dor e da funcionalidade.
Sintomas da Dor Lombar
Os sintomas da lombalgia podem variar de intensidade, duração e tipo de dor, dependendo da causa. Em geral, os principais sintomas incluem:
Dor na região inferior das costas
A dor geralmente está localizada na região inferior das costas. No entanto, em casos mais agudos, a dor pode irradiar para áreas diferentes, atingindo os nervos dos glúteos, coxas e pernas.
Rigidez muscular
Muitas pessoas podem sentir dificuldade para movimentar partes específicas do corpo, por exemplo, ao se abaixar ou virar o tronco. É um sintoma comum após períodos longos de inatividade, e pode se tornar mais grave com o tempo, prejudicando as atividades cotidianas.
Sensação de fraqueza nas pernas
Sentir fraqueza nas pernas, dificuldade para caminhar ou até dormência em algumas partes das pernas e pés, pode ser um sinal de lombalgia. Ocorre principalmente quando a dor é causada por uma compressão nervosa (como em uma hérnia de disco).
Espasmos musculares
Ao ter espasmos, os músculos da região lombar podem causar dor aguda. Esse sintoma é mais comum nos casos de lombalgia aguda, onde esforços excessivos e lesões são a causa principal.
Principais causas da Dor Lombar
A lombalgia é uma condição que pode ter múltiplas causas, desde problemas mecânicos simples até inflamações e doenças crônicas. Por isso, o reconhecimento dessas causas é importante para ajudar a evitar a progressão da dor e adotar hábitos menos prejudiciais. As causas mais comuns incluem:
- Má postura: Posturas incorretas ao sentar-se, levantar objetos pesados ou dormir podem sobrecarregar a coluna, causando dor lombar. O esforço excessivo também pode levar a lesões musculares, como distensões.
- Degeneração e condições estruturais: A degeneração dos discos intervertebrais e condições como espondilolistese (deslizamento de vértebras) e estenose espinhal (estreitamento do canal espinhal) podem resultar em dor lombar e compressão nervosa.
- Hérnia de disco: A hérnia de disco ocorre quando o disco intervertebral se desloca ou rompe, pressionando nervos e causando dor, frequentemente em casos crônicos de lombalgia.
- Artrite e doenças inflamatórias: A artrite pode afetar as articulações da coluna, causando dor, rigidez e inflamação. Doenças inflamatórias crônicas podem agravar a dor lombar.
- Infecções na coluna: Infecções como osteomielite e discite podem causar dor intensa na região lombar, frequentemente acompanhada de febre e outros sintomas infecciosos.
- Problemas nos órgãos internos: Às vezes, a lombalgia é um sintoma de problemas em órgãos internos, como cálculos renais, que podem gerar dor referida na região lombar.
Fatores Comuns que Contribuem para a Dor Lombar
- Falta de exercício: Músculos fracos nas costas e no abdômen podem causar dores na lombar, pois a falta de fortalecimento resulta em uma menor capacidade de sustentar a coluna e a postura adequada.
- Obesidade: O excesso de peso corporal coloca estresse extra nas costas, especialmente na região lombar, que precisa suportar o peso adicional durante atividades diárias.
- Levantamento de peso inadequado: Levantar peso de maneira incorreta, sem usar a técnica adequada, pode causar tensões e lesões nos músculos e discos da lombar, resultando em dor aguda ou crônica.
- Condições psicológicas: Pessoas que convivem com depressão e ansiedade têm maior risco de dores nas costas, uma vez que o estresse emocional pode aumentar a percepção de dor e causar tensão muscular.
- Tabagismo: O tabagismo reduz o fluxo sanguíneo para a coluna inferior, impedindo o corpo de fornecer nutrientes para os discos nas costas. Além disso, fumar pode retardar a cura de lesões nas costas.
Como tratar a Dor Lombar?
Em dezembro de 2023, a OMS publicou diretrizes sobre o tratamento da dor lombar. A lombalgia crônica, que dura mais de três meses, responde por mais de 90% dos casos atendidos em clínicas e hospitais. Diante desse cenário, a OMS divulgou diretrizes importantes para o cuidado adequado dessa condição, destacando os tratamentos recomendados e as práticas a serem evitadas.
De acordo com a OMS, o tratamento da dor lombar crônica deve ser holístico, centrado na pessoa e adaptado às necessidades individuais.
Exercícios físicos
O movimento é uma parte essencial do tratamento da dor lombar. Exercícios específicos ajudam a fortalecer os músculos da região lombar e do abdômen, melhorando o suporte e a estabilidade da coluna vertebral. Com isso, o corpo reduz a pressão sobre as articulações e os discos intervertebrais.
Exemplos de exercícios recomendados:
- Alongamentos suaves para melhorar a flexibilidade.
- Exercícios de fortalecimento, como prancha ou ponte para os músculos do core.
- Caminhadas e atividades aeróbicas leves para manter o corpo ativo. Esses exercícios devem ser feitos sob orientação de profissionais para evitar lesões.
Terapias físicas
As terapias físicas abrangem intervenções manuais e técnicas específicas para aliviar a dor e melhorar a função muscular. Como por exemplo:
- Quiropraxia e fisioterapia: A quiropraxia usa manipulações espinhais para melhorar o alinhamento da coluna e restaurar a mobilidade articular, aliviando a dor. Já a fisioterapia inclui técnicas de reabilitação, alongamentos, e fortalecimento personalizado para corrigir a postura e evitar recorrências.
- Massagem terapêutica: Reduz a tensão muscular e melhora a circulação, promovendo alívio da dor.
- Acupuntura e agulhamento terapêutico: Estimula os pontos específicos no corpo com agulhas finas, utilizada para ajudar no controle da dor crônica e melhorar o fluxo de energia ou circulação.
Terapias Psicológicas
A dor crônica não afeta apenas o corpo, mas também a mente. A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é uma abordagem eficaz para gerenciar a dor. A TCC ensina o paciente a reconhecer e mudar pensamentos negativos sobre a dor, adotando estratégias para lidar com ela de forma mais positiva. Técnicas como o relaxamento guiado e a meditação também ajudam a reduzir a percepção da dor e o estresse associado.
Medicamentos não opioides (com indicação médica)
Para o controle da dor e inflamação, são recomendados medicamentos mais seguros, como os anti-inflamatórios não esteroides (AINEs).
Exemplos comuns incluem:
- Diclofenaco – usado para aliviar dores musculoesqueléticas.
- Ibuprofeno – ajuda a reduzir a dor e o inchaço.
Esses medicamentos devem ser utilizados sob supervisão médica, pois o uso prolongado pode causar efeitos colaterais, como irritação gástrica ou problemas renais.
Práticas não recomendadas para lombalgia
Ainda falando das diretrizes, a OMS divulga também as práticas que não são indicadas para a dor lombar, por conta dos riscos e possíveis chances de piora. Algumas delas são:
Cintas e suportes lombares
Esses dispositivos são usados para dar suporte à região lombar, mas seu uso prolongado pode ser prejudicial. Isso acontece porque, com o tempo, a musculatura responsável por sustentar a coluna pode enfraquecer, já que o corpo passa a depender do suporte externo, em vez de usar os próprios músculos para estabilização.
Os músculos são como elásticos que seguram a coluna no lugar. Se você usar uma cinta por muito tempo, esses elásticos perdem força e tornam sua coluna mais vulnerável a dores no futuro.
Tração
A tração consiste em puxar partes do corpo para tentar aliviar a dor ou corrigir problemas de alinhamento na coluna. Apesar de parecer uma solução lógica, os estudos mostram que essa prática oferece poucos benefícios e pode até causar danos, dependendo da situação.
Puxar um objeto pode aliviar a tensão momentaneamente, mas sem resolver o problema completo. O alívio é passageiro, e o risco de agravar a situação é maior do que os benefícios.
Medicamentos Opioides
Esses medicamentos são potentes para aliviar a dor, mas também trazem sérios riscos, como dependência e overdose. Por isso, seu uso deve ser evitado ou muito bem controlado.
Opioides funcionam como um botão de “desligar” para a dor, mas também podem desligar partes importantes do seu sistema nervoso se usados de forma inadequada, o que pode levar a problemas graves de saúde. Alguns exemplos são: morfina, codeína e fentanil.
Ultrassom Terapêutico e Estimulação Elétrica Transcutânea
Essas técnicas são usadas para tentar aliviar a dor enviando ondas de som ou pequenas correntes elétricas para os músculos. No entanto, os estudos ainda não comprovam que elas realmente funcionam de forma consistente para tratar dor lombar crônica.
Essas práticas podem até ajudar um pouco, mas não resolvem o verdadeiro motivo da dor, e o efeito pode ser temporário ou inexistente. Segundo as evidências científicas mais recentes, existem abordagens mais eficazes e seguras, como fisioterapia e quiropraxia, que abordam as causas da dor de forma mais holística e sustentável.
Como a quiropraxia e a fisioterapia podem ajudar a Dor Lombar
Para tratar a dor lombar, é recomendado adotar abordagens não invasivas, como a quiropraxia e a fisioterapia, que têm se mostrado seguras e eficazes para melhorar a qualidade de vida e reduzir incapacidades associadas a esse tipo de dor.
A Quiropraxia como tratamento para Lombalgia
A quiropraxia se baseia no ajuste e manipulação da coluna vertebral para corrigir desalinhamentos que podem causar dor e restrições de movimento. As técnicas incluem manipulações espinhais, promovendo o realinhamento das vértebras para restaurar a mobilidade e aliviar compressões nervosas, em um tratamento totalmente personalizado para cada paciente.
Estudos apontam a eficácia dos ajustes quiropráticos. Uma revisão sistemática publicada no European Spine Journal (2018) indicou que a manipulação espinhal oferece benefícios significativos no alívio da dor lombar aguda e crônica, sendo mais eficaz em relação ao uso de analgésicos isolados. Com isso, a quiropraxia é totalmente segura e não invasiva, e, quando praticada por profissionais qualificados, apresenta riscos mínimos em comparação com o uso de medicamentos, que podem levar à dependência.
O Papel da Fisioterapia na Reabilitação Lombar
A fisioterapia complementa o tratamento da dor lombar com abordagens específicas para fortalecer e estabilizar a coluna. Entre as técnicas usadas estão:
- Exercícios de fortalecimento e estabilização do core: Melhoram o suporte muscular à coluna, reduzindo a carga sobre os discos intervertebrais.
- Alongamentos: Promovem a flexibilidade e aliviam tensões.
- Massagem terapêutica e liberação miofascial: Reduzem a rigidez muscular e melhoram a circulação sanguínea, promovendo o alívio da dor.
Uma meta-análise publicada na Cochrane Library (2021) demonstrou que o tratamento de fisioterapia personalizado resulta em uma melhora da função e redução da dor em pessoas com dor lombar crônica. A abordagem holística e centrada no paciente faz com que a fisioterapia não só trate os sintomas, mas também previna crises recorrentes, considerando fatores biomecânicos e posturais.
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