Receber um diagnóstico de torcicolo congênito pode gerar muitas dúvidas para pais e mães que estão atentos a cada detalhe do desenvolvimento do seu bebê. Notar que o seu bebê vira mais a cabecinha para um lado ou apresenta alguma resistência ao olhar para o outro pode ser o primeiro sinal de que algo merece atenção. Essa é uma limitação muscular que, sem tratamento, pode afetar o desenvolvimento motor, a simetria do crânio e até a visão.
Apesar de o nome parecer assustador, o torcicolo congênito é uma condição relativamente comum e, na maioria dos casos, tem um excelente prognóstico quando tratado precocemente. Com acompanhamento profissional adequado, especialmente por meio da fisioterapia especializada, é possível corrigir o problema, respeitando o tempo e as necessidades do bebê.
Neste artigo, vamos explicar de forma simples o que é o torcicolo congênito, como reconhecer os sinais, quais são as causas mais frequentes e como funciona o tratamento. Nosso objetivo é ajudar você a se sentir mais seguro(a) e bem informado(a) para cuidar do seu filho com todo o carinho que ele merece.
O que é torcicolo congênito?
O torcicolo congênito é uma condição em que o bebê nasce com o músculo esternocleidomastoideo mais rígido. Esse músculo liga o osso da clavícula à parte lateral do pescoço e da cabeça. Isso faz com que a cabeça da criança fique inclinada para um lado e o queixo voltado para o lado oposto, o que gera uma dificuldade no movimento natural do pescoço.

Essa condição pode ser percebida já nas primeiras semanas de vida, mas nem sempre é diagnosticada logo no início. Alguns bebês demonstram desconforto ao serem posicionados do lado oposto ao que têm mais facilidade, enquanto outros se adaptam e apenas mantêm a preferência postural, o que pode acabar atrasando a identificação do problema.
Existem dois tipos principais de torcicolo congênito:
- Muscular: é o mais comum, causado por uma fibrose (endurecimento) parcial do músculo, geralmente devido à posição intrauterina ou ao trauma durante o parto.
- Ósseo ou neurológico: mais raros, estão relacionados a alterações estruturais nas vértebras cervicais ou a problemas no sistema nervoso.
Em mais de 80% dos casos, o torcicolo congênito é do tipo muscular e responde muito bem à fisioterapia. Quanto mais precoce o diagnóstico e o início do tratamento, melhores são os resultados para o desenvolvimento motor e postural do bebê.
Como saber se o bebê tem torcicolo congênito?
É comum que os pais percebam algo diferente durante as trocas de roupa, o banho ou mesmo ao amamentar. Um dos primeiros sinais do torcicolo congênito é a preferência do bebê por manter a cabeça sempre inclinada para o mesmo lado, com o queixo voltado para o lado oposto. À primeira vista, pode parecer apenas uma mania ou posição confortável — mas quando essa preferência se mantém por dias ou semanas, é importante investigar.
Outros sinais de alerta que os pais podem observar:
- O bebê parece desconfortável ou irritado ao tentar virar a cabeça para o outro lado.
- Existe uma assimetria no formato do rosto ou do crânio (caso o torcicolo esteja associado à assimetria craniana).
- Um lado do pescoço parece mais rígido, com um pequeno nódulo palpável no músculo (em alguns casos).
- O bebê tem dificuldade para amamentar em uma das mamas, por conta da limitação do movimento cervical.
Vale destacar que esses sinais nem sempre estão presentes de forma evidente. Em muitos casos, o diagnóstico só é feito durante uma consulta pediátrica de rotina ou com um fisioterapeuta especializado em desenvolvimento infantil. Por isso, observar o bebê com atenção e buscar orientação profissional diante de qualquer dúvida é essencial para um cuidado preventivo.
A importância do diagnóstico precoce
Quando o torcicolo congênito é identificado nos primeiros meses de vida, as chances de um tratamento simples, rápido e eficaz aumentam consideravelmente. Isso acontece porque, nos primeiros meses, os músculos do bebê ainda estão em formação e têm uma excelente capacidade de resposta a estímulos terapêuticos suaves, como os realizados na fisioterapia.
O diagnóstico precoce evita que o problema evolua para complicações maiores, como:
- Assimetrias cranianas (plagiocefalia posicional), causadas pela posição repetitiva da cabeça;
- Desvios posturais durante o crescimento, que podem afetar o equilíbrio muscular do tronco e do pescoço;
- Dificuldades motoras, principalmente nas fases de rolar, sentar ou engatinhar, se o movimento do pescoço estiver comprometido;
- Alterações visuais e de foco, quando o bebê não movimenta o olhar com liberdade para os dois lados.
Além disso, tratar o torcicolo cedo permite que o bebê desenvolva seus marcos motores com mais harmonia, confiança e conforto — fatores essenciais para a construção de uma base postural saudável ao longo da infância.
Portanto, sempre que houver dúvidas sobre a postura ou os movimentos do bebê, vale buscar a avaliação de um fisioterapeuta especializado. Muitas vezes, uma simples observação pode mudar todo o rumo do desenvolvimento infantil.
Fisioterapia para torcicolo congênito: como funciona o tratamento
A fisioterapia é o principal recurso no tratamento do torcicolo congênito, especialmente quando iniciada nos primeiros meses de vida. O objetivo é alongar gentilmente o músculo encurtado, estimular o movimento ativo para ambos os lados e promover o desenvolvimento motor equilibrado. Tudo isso é feito com muito cuidado, respeitando o tempo e os limites do bebê.
O tratamento envolve:
- Manobras suaves e posicionamentos específicos: o fisioterapeuta realiza manobras leves para retirar a tensão do músculo esternocleidomastoideo, sempre com o bebê relaxado e confortável.
- Estímulos visuais e auditivos direcionados: o uso de brinquedos, sons e luzes podem incentivar o bebê a virar a cabeça para o lado que tem mais dificuldade, fortalecendo a musculatura oposta.
- Orientações aos pais: a participação da família é essencial. O profissional ensina como posicionar o bebê no colo, na hora do sono, nas trocas de fralda, nas mamadas e nas brincadeiras, criando oportunidades naturais de correção postural no dia a dia.
- Prevenção de assimetrias cranianas: além de tratar o torcicolo, a fisioterapia também atua na prevenção ou correção da plagiocefalia (achatamento de um lado da cabeça), quando necessário.
As sessões costumam ser semanais e, dependendo da idade e da gravidade do caso, o progresso vem em poucas semanas. Em casos leves diagnosticados cedo, muitos bebês apresentam melhora total em até três meses de acompanhamento.
A chave do sucesso está na constância e no olhar atento — tanto do profissional quanto da família.
Prognóstico e evolução com o tratamento
Quando se trata o torcicolo congênito de forma precoce, o prognóstico costuma ser excelente. A grande maioria dos bebês responde muito bem à fisioterapia, com melhora significativa da mobilidade do pescoço, simetria postural e desenvolvimento motor dentro do esperado para a idade.
Em casos diagnosticados nas primeiras semanas de vida, a evolução pode ser surpreendentemente rápida. Muitos bebês apresentam grande melhora com poucas sessões, especialmente quando os pais participam ativamente do processo, aplicando em casa as orientações do fisioterapeuta.
Já nos casos em que o diagnóstico vem mais tarde — após os 6 meses — ou quando há outras condições associadas (como alterações ósseas ou neurológicas), o tratamento pode ser um pouco mais longo, exigindo mais sessões e acompanhamento multidisciplinar. Ainda assim, mesmo nesses casos, é possível obter ótimos resultados com paciência e cuidado.
É importante lembrar que o tratamento não se limita a “consertar o pescoço”. Ele ajuda a garantir que o bebê cresça com liberdade de movimento, equilíbrio muscular e segurança para alcançar marcos importantes como rolar, engatinhar, sentar e andar. Cada conquista nessa fase é valiosa — e o tratamento certo pode fazer toda a diferença.
Dra. Jackeline: referência em fisioterapia pediátrica
Olá! Eu sou a Jackeline Segarra, fisioterapeuta (CREFITO 34040-F) e quiropraxista (ABQ 1259), e tenho dedicado minha carreira ao cuidado da coluna, ao desenvolvimento motor infantil e ao bem-estar das famílias que atendo. Minha formação une o melhor da ciência moderna com o conhecimento tradicional, sempre com um único objetivo: oferecer um cuidado completo, respeitoso e eficaz.
Tenho especialização em fisioterapia pediátrica, com foco na avaliação global da criança, no tratamento do torcicolo congênito, assimetria craniana e nas etapas fundamentais do desenvolvimento motor. Já acompanhei dezenas de bebês com assimetrias e sei o quanto esse momento pode ser desafiador para a família. Por isso, meu trabalho vai muito além das técnicas: ele envolve escuta, acolhimento e parceria com os pais em cada etapa do processo.

Na Clínica Vertz, busco constantemente me atualizar, estudar e aperfeiçoar os protocolos para garantir que cada bebê receba o melhor cuidado possível. Se você está passando por esse momento com seu filho, saiba que você não está sozinha e que pode contar comigo para cuidar do seu bebê com atenção, técnica e muito carinho.
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